Um tempo...


As portas das casas fecham-se, dos olhos abrem-se, tudo a todos a acorre. É com dor que vemos um mundo de memórias partir, é da tristeza dos olhos de cada, que nos perdemos, para nos encontra. Isto é um tudo que é nada. É apenas o conto do populista, que quer fama e glória esquecendo-se do envolvente. É o deixar crescer os pensamentos presos em gaiolas, que libertaram águias famintas. É um envolver nas tristezas que o passado nos ensinou a enfrentar…



E hoje sabemos o que é amar, o que é estar longe, mas encontrar. É hoje que descobrimos a verdade da vida que parecia desprovida de qualquer sentido. É hoje que nos abraçamos. É hoje que percebemos a nossa igualdade. É hoje!



Este hoje é tarde, este hoje é mesmo hoje que ontem foi abafado e que no dia anterior também, é o hoje do desespero, dos olhos que choram por não ter que dar de comer aos seus, é o hoje de sempre ignorado. São as portas do coração que se abrem para permitir que o outro as tranque, esquecendo-se que amanhã poderá ser ele.



Estas palavras são reflexo da esperança de um povo desacreditado, de um povo farto de discursos vazios que nada nos dizem, são palavras de desalento e descrença face ao mundo.


Agradeço-vos por lerem aquilo que de nada de importante tem.




Filipa Coelho

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