Maioridade
No meu nascimento veio à memória do meu pai uma frase abatida:
Hoje é o primeiro dia do resto da tua vida
É inverno em Portugal. Primavera no mundo. Estamos em abril. Cheguei à primavera da vida.
É inverno em Portugal. Primavera no mundo. Estamos em abril. Cheguei à primavera da vida.
Tão depressa o sol brilha como a seguir está a chover
No silêncio da noite um blackbird singing in the death of night.
Sorvo um gole de água da caneca. Oiço o elevador a subir e sorvo outro gole de água. Continua a cantar blackbird.
Gosto da solicitude da noite. Gosto da inspiração que ela me dá. Tudo me inspira a escrever, mas nem um poema me sai.
Quero cantar o mundo, mas sou português. Sou da terra dos poetas. Sou da terra dos artistas. Não há Tejo como o nosso. Não há ninfas como as nossas.
No silêncio da noite um blackbird singing in the death of night.
Sorvo um gole de água da caneca. Oiço o elevador a subir e sorvo outro gole de água. Continua a cantar blackbird.
Gosto da solicitude da noite. Gosto da inspiração que ela me dá. Tudo me inspira a escrever, mas nem um poema me sai.
Quero cantar o mundo, mas sou português. Sou da terra dos poetas. Sou da terra dos artistas. Não há Tejo como o nosso. Não há ninfas como as nossas.
Orgulha-te como eu me orgulho!
Em mim não me orgulho porque a terra conclui pela décima oitava vez a sua volta ao sol desde o dia em que o pai disse: Hoje é o primeiro dia da tua vida. Parece que tudo recomeça. Uma nova primavera. Um novo ciclo. Mas não. É só mais um dia.
Sorvo um gole de água. Oiço o elevador a descer e bebo. Acabei. Descansa agora ave negra da noite.
Em mim não me orgulho porque a terra conclui pela décima oitava vez a sua volta ao sol desde o dia em que o pai disse: Hoje é o primeiro dia da tua vida. Parece que tudo recomeça. Uma nova primavera. Um novo ciclo. Mas não. É só mais um dia.
Sorvo um gole de água. Oiço o elevador a descer e bebo. Acabei. Descansa agora ave negra da noite.
Há uma pátria que dorme há quinhentos anos. Quando despertará?
Vou dormir. Dormirei um dia.
Se Camões
Pessoa
Variações partiram cedo
Ousarei eu chegar aos 50 anos?
Morra eu de fome ópio preconceito
Sempre morrerei português feliz
E satisfeito.
Luís M. Silva
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