Crónicas da pandemia - fenómenos aéreos, missas, 1º de maio e a liderança da mulher

Na semana em que sabemos ser a última de estado de emergência em Portugal (por enquanto), está montada uma entrada de luxo no mês de maio.

O Pentágono confirmou ontem a veracidade de imagens de 2004 e 2015 que mostram «fenómenos aéreos não identificados», captadas por caças da Marinha norte-americana. Após a forte especulação que se seguiu à revelação, o Departamento de Defesa reportou que o objeto avistado em 2004 se trata do remate de Ronaldo frente à Grécia, na final do Euro.

Com a passagem para o estado de calamidade, o governo deixa de poder proibir a realização de missas. Assim, ponderam-se já as alterações necessárias para um possível regresso das celebrações presenciais. Compositores de todo o país reuniram-se para uma adaptação dos cânticos - em vez de «Abri as portas ao Redentor», cantar-se-á «Abrimos as portas ao Corona e agora 'tá tudo infetado» (a métrica ainda está a ser trabalhada). A comunhão passará a ser sob as duas espécies, o Corpo de Cristo e o Álcool Gel do Jerónimo Martins. Relatos demonstram que os mais satisfeitos são as crianças da catequese e os maridos que só vão porque as mulheres os arrastam - sem a saudação na paz de Cristo, sempre se poupam dois, três minutinhos (e evita-se o beijinho daquelas velhotas mais...).


A CGTP anunciou que o 1º de maio será comemorado com ações de rua. Ainda que com medidas de segurança e distanciamento social, Isabel Camarinha relembra que os direitos dos trabalhadores continuam a ser «atropelados» (os dela não, claro, que nunca trabalhou), pelo que a data tem de ser assinalada. Mas acalmem-se, fascistas! Os maiores de sessenta anos não poderão estar presentes, logo não vai lá estar ninguém.


A nível global, o destaque vai para os países liderados por mulheres, que apresentam números significativamente mais positivos que outras nações. Falamos da Nova Zelândia, Taiwan, Finlândia, Noruega, Dinamarca, Alemanha, Islândia e naturalmente da Dra. António Costa, a responsável pelo milagre português. Um bem haja a estas senhoras. O vírus é agora acusado de machismo, por ser mais benévolo com as nações de líderes femininas, evidenciando uma atitude condescendente.


Depois de um abril absolutamente estonteante, fiquemos então atentos ao mês que se segue, que seguramente promete!


João Miguel Simões

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